IRMÃO JOSÉ DE CARVALHO DA LOJA “PIONEIROS DO TERCEIRO MILÊNIO” FAZ PALESTRA SOBRE VAIDADE E TOLERÂNCIA NA “LEALDADE E LUZ”
O querido Irmão José de Carvalho (na foto acima ao lado do Venerável Rogério de Sá Alves) da Augusta Loja “Pioneiros do Terceiro Milênio” do Oriente de Volta Redonda-RJ, brindou nossa Oficina com uma bela palestra sobre a Vaidade e Tolerância, vertentes que merecem sempre profunda reflexão dos Maçons.
Transcrevemos o texto abaixo, agradecendo o Irmão José pela deferência e parabenizando nossa querida co-Irmã por ter um membro tão qualificado em seu Quadro.
Será que sou vaidoso?
Venci esta paixão?
Este questionamento deve ser constante na vida de um Maçon.
É claro que, diante das definições sobre o tema, vamos chegar à conclusão de que muitos e valorosos IIr.: ainda fazem parte do grupo de vaidosos, ou seja, aqueles que ainda procuram vencer a que considero, a mais nociva de todas as paixões.
Como dito, esta paixão não é penalidade para alguns, ela poderá resistir e permanecer na vida de muitos.
Do mais humilde ao mais abastado.
Sabiamente, a Maçonaria algum tempo após nossa iniciação, nos remete a uma condição extremamente vaidosa, quando nos reveste de aventais repletos de medalhas, paramentos e adereços, mas nós não podemos esquecer o avental da pureza, da sandália da humildade e do peito desnudo, totalmente despojado dos metais.
Quem não se lembra da primeira informação que nosso guia passou no momento de nossa iniciação. “É UM CANDIDATO QUE CAMINHA NAS TREVAS E DESPOJADO DE TODAS AS VAIDADES DESEJA RECEBER A LUZ”.
É muito importante que reflitamos sobre estas palavras, pois assim estaremos reconhecendo um dos princípios fundamentais da Maçonaria a “igualdade”.
Meus irmãos, é normal e até muito apropriado em nosso caso que somos Maçons afirmarmos: estamos de pé e à ordem e, nesta condição, devemos estar sempre disponível e desprovido de vaidades, tanto durante os trabalhos em loja quanto no dia a dia do mundo profano. Na loja para ajudar no que for preciso e no mundo profano e dentro de nossas possibilidades, prestando apoio a nossos irmãos, cunhadas, sobrinhos e outros familiares, visto que é a postura correta e orientada, pela Sacrossanta Ord.: Maçônica.
Quando voltamos para o mundo profano, nos deparamos com condições realmente adversas para aplicação deste importante princípio, principalmente ao verificarmos que a sociedade exige cada vez mais que as pessoas se diferenciem para obtenção do sucesso.
Tudo é competição!!!
Precisamos nos policiar para não sermos vencidos por esta paixão chamada “vaidade”.
Não seria nada agradável (e até repugnante para um Maçon), chegar em frente ao espelho e ao ver nossa imagem, nos deixar embriagar pelo poder, pois assim vamos acabar negando nossos sentimentos, deparando com uma grande sensação de vazio por estarmos conflitando com os principios básicos da Ord.: Maçônica.
Não há dúvidas de que a vaidade é uma característica inerente ao ser humano e que pode ser trabalhada e certamente mitigada. Nós Maçons, temos o privilégio de semanalmente ou quinzenalmente participarmos de Sessões que são sem dúvida, um verdadeiro treinamento de combate a esta e outras paixões. Qual Ir.: abriria mão do prazer do encontro com os demais IIr.: no Átrio ou na S.:PP.:PPer.: antes de iniciarmos nossos Aug.: Trabalhos?
Qual Ir.: abriria mão do prazer de dar e receber um T.:F.:A.: abraço dos IIr.: ?
Qual Ir.: abriria mão de retribuir e desejar um bom retorno ao Lar, encontrando nossos familiares com mais saúde e harmonia, ao findar nossos trabalhos em Loja ?
Outra importante reflexão a que devemos constantemente nos submeter é : Será que sou tolerante?
Vaidade e tolerância são duas características do ser humano que precisam ser trabalhadas para lapidação de nossa P.:B. Sabemos, como já dito, que não somos perfeitos e nem postulamos a santificação, mas podemos melhorar como ser humano. Não é difícil que, com um pequeno esforço podemos chegar a conclusão de que controlando a vaidade e a tolerância, nossas vidas serão melhores em todos os aspectos.
Em nossa iniciação, simbolicamente morremos para o mundo profano e recebemos a luz no mundo Maçônico, assumindo um compromisso com o G.:A.;D.:U.: de que vamos nos superar, cavando masmorras aos vícios e vencendo todas as paixões.
Fácil de ser dito, sabemos, mas extremamente difícil de ser colocado em prática. Ser Maçon não é só conhecer o simbolismo e ritualística, é também aceitar mudanças de mentalidade. Temos que nos imbuir do espírito ecumênico de nossa filosofia, temos que agir tanto em Loja como no mundo profano, baseando-nos em nossos sagrados postulados.
A Maçonaria proclama em seus princípios gerais “que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o principio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um”.
É condição primordial de tolerância, reconhecer e aceitar opiniões divergentes da nossa, pois caso contrário, estaríamos radicalizando nossas atitudes de sermos os senhores absolutos da verdade e certamente seremos derrotados por nossas paixões.
Na verdade, quando ouvimos atentamente uma opinião contraria a nossa, duas coisas podem ocorrer : ou reafirmamos, através de consistentes argumentos, a nossa opinião ou verificamos que nossas premissas estão total ou parcialmente erradas, e portanto passíveis de reavaliações e retificações.
Simples, não é mesmo ?
O Salmo 133 do L.:L.:, que abre nossas sessões, é um claro chamado à concórdia e união fraterna entre os irmãos, condição que não é possível sem o exercício da tolerância.
A partir da iniciação o Maçon é uma pessoa diferenciada, porque lhes são abertas as portas da verdadeira amizade. A fraternidade que passa a existir entre os IIr.: é a exteriorização mais concreta da felicidade de ser Maçon.
Vale lembrar que a tolerância do Maçon não pode se limitar apenas ao relacionamento com o próximo. Há de ser praticada a paciência no desenvolvimento das etapas, que permite o crescimento e o progresso individual em todos os seus aspectos.
Cabe ainda lembrar que, quando somos tolerantes, também estamos reconhecendo outro principio fundamental ou fins supremos da Maçonaria “a fraternidade”.
Assim meus IIr.:, acredito que a prática da tolerância é uma obrigação para nós que somos Maçons, o que facilitará sobremaneira o relacionamento entre todos, ampliando continuamente o espírito fraterno que existe no seio de nossa Sublime Ordem.
Meus IIr, sabemos que a Maçonaria recomenda a divulgação de sua doutrina pelo exemplo e pela palavra, mas isto só é possível se libertos destas paixões sobre as quais acabo de tecer pequenos comentários.
José de Carvalho
CIM 217984
Referências
Publicações da revista “A TROLHA”
RITUAL APRENDIZ.