Vamos escrever nossa História?

Certamente vocês já sabem que estou realizando uma pesquisa sobre a História da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais que resultará num livro cujo lançamento está previsto para 2014, durante a XLIII CMSB, em Belo Horizonte. Visando facilitar o contato e acesso aos documentos históricos da Grande Loja, o Sereníssimo Grão-Mestre Irmão Leonel Ricardo de Andrade nomeou-me Grande Historiador mediante Ato datado de 6 de setembro do corrente ano.

Como será possível realizar uma pesquisa e escrever um livro em tão curto espaço de tempo?

A resposta está na seguinte receita: coragem, disciplina e método.

O mais importante é o método, pois sem o conhecimento dos métodos de pesquisa - pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, pesquisa documental e o método Survey de coleta de dados, nada pode ser feito com seriedade.

Não possa existir ensino onde não há pesquisa - está é a orientação para os meios acadêmicos que modernamente se reflete na Maçonaria; e não há pesquisa onde não estejam presentes três desses quatro métodos: bibliográfico, pesquisa de campo, documental e Survey. Não basta citar bibliografias: é necesário comprovar que tais e tais livros foram consultados. Do contrário, a Ordem continuará escorregando no pântano perigoso do "achismo".

- Há anos venho estudando esses métodos, antes mesmo de me tornar maçom. Na criação da Loja Maçônica de Pesquisas "Quatuor Coronati" procurei, em reflexão conjunta com os Irmãos que elaboraram seu primeiro Estatuto (ainda em vigor), definir as diretrizes e métodos da mesma:

Câmaras compostas por Membros, a saber:  Câmara de Ciências Humanas (Filosofia, Metafísica, História profana e maçônica, Educação, Pedagogia, Sociologia, Ciência Política e Ética); Câmara de Ciências Exatas e Geometria; Câmara de Ciências Biológicas e Psicologia; Câmara de Artes e Literatura - cada uma delas tendo um Relator que produzisse a súmula das conclusões de cada grupo de pesquisa e elenco dos métodos adotados. No âmbito Maçônico, a pesquisa "Quatuor Coronati" deve abranger as Câmaras de estudos aprofundados de Planejamento, Judiciária, Ritualística, Simbolismo e Filosofia Maçônica - sem dúvida um celeiro de novas ideias no âmbito das Lojas e Potências sem, no entanto, interferir no executivo ou nas decisões dos responsáveis pela legislação e justiça maçônicas.

Seria ótimo se tivéssemos alcançado essa formatação que constitui o único modelo plausível para as Lojas de Pesquisas em todo o mundo.

Agora, no momento da pesquisa que realizamos sobre a História da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, uma Câmara "Quatuor Coronati" de Ciências Humanas sairia na frente para a co-autoria do referido livro, pois, infelizmente, os cargos de Historiador na maioria das Lojas e mesmo na Grande Loja resumia-se, salvo honrosas exceções, ao simples formalismo de nomeações para os assentos nos corpos ritualísticos.

A verdade é que perdemos mais da metade das fontes históricas das instituições maçônicas existentes no Brasil.

É das fontes que nasce a História: depoimentos pessoais, documentos, atas, decretos, circulares, fotografias, boletins, revistas, jornais, etc.

Mas onde estão essas fontes? Perdidas? ou destruídas? Os ditadores, vocês sabem!, têm o hábito de fazer tabula rasa da História, isto é, mandam destruir os documentos do passado a fim de que a História comece a partir deles. Esses, além do covarde atentado contra a cultura e violenta agressão à liberdade de informação, são secundados pela rapinagem perpetrada pelos "poderosos-chefinhos" nos documentos pertencentes às Lojas e às Potências que, na melhor ou pior das hipóteses, estão bem "guardados" em arquivos particulares, "debaixo de sete chaves, além das sete florestas, atrás das sete montanhas, na casa dos sete anões" onde repousa inerte a Branca de Neve dos fatos.

O Grão-Mestrado Leonel Ricardo de Andrade enviou a todas as Lojas da jurisdição um documento onde solicitávamos a fundamental participação de cada Irmão e cada Loja no projeto de recuperação da memória histórica e que cada célula deste grande organismo deixasse sua marca na História, concorrendo com fontes e dados para a pesquisa que vem sendo realizada.

Num universo de mais de 340 Lojas recebemos, até agora, uma resposta de aproximadamente... 3% (três por cento!!!). É muito ou pouco? Acho que é MUITO, se considerarmos o desinteresse do povo brasileiro pelo estudo e pela preservação de informações que não bajulam personalidades de palanque, gente da mídia e craques do futebol.

Felizmente há honrosas exceções - já entrevistei a maioria dos Irmãos que vivenciaram a História da GLMMG durante os últimos 30 anos. Honrosas também a colaboração que as Lojas do GOB-MG e GOMG-Comab trazem a esta pesquisa.

Ontem (dia 4 de dezembro) visitei a ARLS Inteligência e Segredo, a convite de seu Venerável Mestre, para tratarmos, na Ordem do Dia, sobre a História da Loja e sua atuação no seio da Grande Loja. No próximo artigo vou tecer maiores considerações sobre essa visita que considero um marco na evolução do projeto em questão.

- Enfim, ninguém está obrigado a colaborar com aquele mínimo de informações que acompanha a circular do Grão-Mestre. Se preferem o silêncio, o Historiador nada pode fazer a não ser respeitar essa decisão e deixar em branco a citação histórica da Loja no livro. É uma pena.

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SE VOCÊ AINDA QUER PARTICIPAR:

Envie, até 31 de janeiro de 2013 (estou dilatando o prazo em comum acordo com Nosso Grão-Mestre) textos sobre a sua Loja, fotos, gravações de áudio analógico e/ou digital, filmes, etc. para “Historiador da GLMMG”, Av. Brasil, Nº 478 - Bairro Santa Efigênia, Belo Horizonte - Minas Gerais, CEP 30140-001 ou pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

CONTATO TELEFÔNICO: (31)9169.9743

OBSERVAÇÃO: precisamos de informações mais detalhadas (inclusive fotos) dos seguintes Grãos-Mestres do passado: HERMANO LOTT JUNIOR, ANTÔNIO VILELA TEIXEIRA DE AZEVEDO, LUIZ SAYÃO DE FARIA, JOSÉ CESÁRIO HORTA, ÁLVARO CAVALCANTE DE OLIVEIRA, MAURO GONÇALVES DE QUEIROZ, JONATHAS ANACLETO DE MORAIS e HIGINO MARZO JÚNIOR no que se segue:

1) Qual foram as Loja desses Irmãos?;

2) Quais eram suas profissões?;

3) quem ou onde podemos encontrar dados mais completos sobre eles?

Agradeço a todos e envio-lhes meu

TFA

José Maurício Guimarães

Grande Historiador da

GRANDE LOJA MAÇÔNICA DE MINAS GERAIS

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